E o Framboesa de Ouro vai para . . . [Crítica]


Crítica por Reinaldo Barros:
E nem só de Oscar vive o cinéfilo e como prova disso estamos aqui com um indicado ao Framboesa de Ouro na categoria Pior Filme do Ano. O filme em questão é Robin Hood – A Origem que fez por merecer essa nobríssima indicação!


Sabe quando o título é um e o filme ou o livro é outro? Pois bem, se mudássemos o desse longa para A Origem de Robin e se fizéssemos algumas pequenas alterações no uniforme e nos próprios personagens... voilà, sem estranhamentos! O filme mais recente (2018) do nobre britânico que roubava dos ricos para dar aos pobres é bem OK se você não liga muito para coerência e busca apenas entretenimento. Assim que acabou o filme eu comentei com a moça ao meu lado que tive a sensação de ter assistido Robin e Batman, e prontamente ela me corrigiu, Ra’s Al Ghul! (Obrigado Juliana). Esse é aquele vilão que treina o morcego na última trilogia que vimos com Christian Bale.

Robin Hood - A Origem traz como protagonista o jovem Taron Egerton, que interpreta o nobre fora-da-lei Robin Locksley. Nessa versão Robin é um nobre, que curte sua vida sem preocupações até ser convocado para as famosas cruzadas. Após regressar da guerra e do mundo dos mortos (Sim, ele é dado como morto por conta de uma rebeldiazinha durante a guerra) se depara com seu feudo totalmente destruído e sua amada esposa nos braços de outro. Nessa versão Marian (Eve Hewson) é uma ladra que se apaixona por Robin depois de tentar roubá-lo e não uma princesa. No entanto suas vestes, penteados e modos destoam de seus “semelhantes”. Esse detalhe é só um aperitivo, tá?

Eu não poderia deixar passar mais um parágrafo sem explicar a razão pela qual comecei comparando esse filme com o clássico da DC. Você deve ter notado a presença de Jamie Fox no cartaz promocional. Ele faz o papel do Ra’s Al Ghul, só que como o árabe John, um combatente que perde seu filho e é salvo por Robin. Depois de ver a atitude do jovem britânico resolve se infiltrar no barco que retornava para a Inglaterra com os cruzados. Em gratidão ao ato do jovem britânico John decide treiná-lo para se vingar dos nobres que destruíram a vida de ambos. É nesse momento ultra clichê que dá para você ir ao banheiro, mandar mensagem para aquele(a) sumido(a), comprar pipoca e ainda voltar no final daquele treinamento onde o sujeito vira especialista em inúmeras cenas bem entediantes.


Estamos falando aqui de um filme para levar aquele seu amiguinho ou parente desatento que está mais interessado na pancadaria, perseguição ou no casal de adolescentes apaixonados do que na lógica daquilo que se busca representar. Se clichês envolvendo os vilões te incomodam, pense um pouquinho antes. Digo isso porque por aqui a parceria do mal envolve um ateu inescrupuloso e uma igreja perversa, ambos movidos pela ganância por dinheiro e poder. De bom há uma referência clara ao cenário global atual, onde a luta por direitos e liberdade contrapõe população e governos autoritários. Entretanto isso não salva o filme, só nos mostra que não importa se você escalou um queridinho teen, um cara engraçado e deixou de fora a coerência com a lógica, física e a história.

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