Liz to Aoi Tori [Review]

Naoko Yamada, pode trazer mais filmes, to esperando.


Liz to Aoi Tori (Liz e o Pássaro Azul, em uma tradução livre) estrou em abril de 2018 no Japão, mas não tem data para vir legalmente ao ocidente. Dirigido por Naoko Yamada (mesma de Koe no Katashi), o filme conta com o roteiro de Reiko Yoshida (que também roteirizou Koe no Katashi) e é uma produção do estúdio Kyoto Animation.

A primeira temporada de Hibike Euphonium! foi excelente, havia drama, conflitos internos e externos entre personagens, uma produção impecável e ainda um suposto romance entre duas personagens femininas. Fatores que, tirando a produção, decaíram consideravelmente na segunda temporada. Porém foi no começo dessa segunda temporada que nos é apresentado e “resolvido” o conflito entre a Mizore e a Nozomi, as protagonistas do filme spin-off, Liz to Aoi Tori.

O filme se passa no ano seguinte depois da última temporada, onde acompanhamos o atual relacionamento entre a Mizore e a Nozomi, que apesar de externamente aparentarem estar bem uma com a outra, internamente havia muito ainda a ser dito. Tudo isso intercalando com a peça que elas irão performar na banda da escola, uma peça que têm por trás uma história infantil de duas pessoas que se amam, mas têm que se separar.


Liz to Aoi Tori resgata, no estilo Naoko Yamada, o que foi tão bom na primeira temporada de Hibike Euphonium!, o como duas pessoas podem influenciar uma à outra. Estou falando do relacionamento entre a Kumiko e a Reina, de como o comportamento que uma tinha com a outra influenciava o desempenho delas na música e pessoalmente, era o que fazia a série andar e elas melhorem como personagens.

Em Liz to Aoi Tori, Mizore e Nozomi não são como Kumiko e Reina, claro elas têm personalidades diferentes, mas assumem esse papel de se aproximarem, no caso de se reaproximarem, de entenderem uma a outra e evoluírem com esse entendimento, não só melhorando o seu relacionamento, mas também melhorando pessoalmente. Assim também como, com a direção de Naoko Yamada, esse conflito não foi tenso e intenso como o relacionamento entre a Kumiko e a Reina, mas suave e orgânico como a personalidade da Mizore pede.

Porque é um filme da perspetiva da Mizore, ela é a verdadeira protagonista. Uma protagonista perfeita para o estilo da Naoko Yamada de contar as coisas sem falar nada. Porque assim como eu adoro como em Koe no Katachi a história é passada de forma sensorial, de você entender a situação sem ninguém ter que explicitar, o mesmo ocorre em Liz to Aoi Tori.

Mizore Yoroizuka é uma personagem introvertida, que não consegue se expressar, mas a gente entende que ela ama a Nozomi, entende de onde vem esse amor e o sofrimento que seria deixar ela ir. Isso tudo sem ela pensar sobre isso ou alguém falar isso, mas pelas imagens, músicas e pequenos momentos. E muito flare e blur. 


O filme é um romance entre as duas? Sim e não, como disse, o filme inteiro gira em torno de como a Mizore ama a Nozomi, muitas vezes implicitando mais do que como amiga, mas acho que é mais sobre continuar com alguém, porém sem ser dependente, seja na amizade ou no amor.

Precisa assistir Hibike Euphonium! para assistir o filme? Acho que não, o filme revê o conflito que as duas tiveram no começo da segunda temporada, mas claro que deve ser bem mais interessante quanto se tem um background, sem contar que a primeira temporada é realmente muito boa.

Outro detalhe que queria apontar são as personagens secundárias, que não são as protagonistas da série, esses quase não vemos, mas alguns personagens novos e as próprias personagens secundárias da série. Eu adorei como elas estão ali para dar uma quebrada e um ponto de realidade naquela situação que se formou. Estando ali sem ser só por estar e realmente contribuindo para o decorre da história.

Liz e o Pássaro Azul é mais uma composição de qualidade do cinema de animação japonês, com uma direção que eu espero que continue investindo nos longas metragens e uma produção mais do que estabelecida como boa referência.


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