Direto de Washington [Resenha]



Esse era um dos livros mais esperados pela turma da comunicação, mas especificamente da publicidade. Para quem não reconhece o senhor estampado na capa, se trata de Washington Olivetto, um publicitário que virou celebridade por conta de seus trabalhos premiados em festivais internacionais desde o seu começo na profissão.

Washington Olivetto foi um dos responsáveis pela maior campanha publicitária do mundo, a da Bombril que durou mais de 30 anos e entrou para o livro dos recordes. Olivetto também teve participação na campanha do Meu Primeiro Sutiã da Valisére, na criação do slogan Unibanco 30 horas e várias outras campanhas de sucesso.

A autobiografia possui quase 400 páginas, mas os primeiros 7 capítulos podem ser lidos tranquilamente em pouquíssimos minutos, apesar de já irem surgindo algumas repetições. A meu ver essas repetições se devem, em parte, pelo modo como foi escrito. Não há uma cronologia e o próprio Olivetto contou que foi escrevendo de acordo com o que foi lembrando.

Sem dúvida os primeiros capítulos são os melhores, pois falam sobre os trabalhos mais bem-sucedidos por aqui e pelo mundo. Para os leitores mais novos talvez não faça muito sentido ou até mesmo fique um pouco confuso, pois as peças mais famosas já têm um bom tempo que deixaram de ser veiculadas. Uma dica que dou é ler ao lado do YouTube, dessa forma você poderá lembrar ou conhecer a peça em questão.

Para os estudantes de publicidade esse pode ser um livro inspirador, um prato cheio para aqueles que sonham em trilhar uma carreira longínqua. Mesmo que não seja um livro didático, que não fale qual parafuso apertar, Olivetto orienta brevemente como se aperfeiçoar e melhorar o local de trabalho. Agora se você é apenas um curioso e quer saber mais sobre o próprio Washington e não sobre seus trabalhos, bem, aí você terá que pescar nas entrelinhas e nos poucos trechos pessoais em que cita acontecimentos como o sequestro em 2001.

Algumas características me incomodaram um pouco e gostaria de destacar duas delas. Particularmente eu não gosto de "rasgação de seda", nem de terceiros, nem as feitas para si mesmo e isso não falta neste livro, o que irrita em alguns capítulos. Logo no começo tem-se a impressão de uma arrogância colossal, proporcional ao sucesso alcançado, contudo, com paciência fui lendo e me lembrei que essa é uma característica muito comum nessa área. Outra característica que me incomodou bastante foram alguns comentários machistas, tanto do próprio quanto de terceiros. Não vou elencar aqui para não parecer coluna do Léo Dias, porém eu te advirto a ter paciência nesses trechos e nos demasiadamente elogiosos.


Título: Direto de Washington
Autor: Washington Olivetto
Editora: Estação Brasil (Sextante)
Páginas: 400

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