Koe no Katachi [Review]

Enquanto isso, no Oscar 2018, O Poderoso Chefinho. ¯¯\_(ツ)_/¯¯



Koe no Katchi, em português A Voz do Silêncio, é originalmente um mangá da autora Yoshitoki Ooima com 7 volumes finalizados em 2014 e está sendo vendido oficialmente pela editora New Pop aqui no Brasil. O filme teve sua estreia dia 17 de setembro de 2016 no Japão, mas só foi exibido no ocidente no final de 2017. O longa de animação foi produzido pelo estúdio da Kyoto Animation (Mesmo de K-On e Violet Evergarden) e dirigido pela Naoko Yamada.

A história de Koe no Katchi gira em torno do Shouya Ishida, um adolescente depressivo, e Nishimiya Shouko, uma jovem surta de nascença. Os dois se conheceram no primeiro fundamental, onde Nishimiya sofreu bullying dos seus colegas de turma, incluindo o Ishida, por causa da sua deficiência. Isso acabou fazendo com que a Shouko saísse dessa escola e com que os assédios e violência se voltassem contra o Shoya. Anos se passaram e ambos estão no ensino médio, sofrendo de ansiedade e depressão, Ishida prepara-se para se matar, mas antes ele quer se redimir com a Nishimya pelo que fez no passado. Ao encontra-la ele sem querer pede para sejam amigos, alterando seu plano de suicídio, e o dando uma nova oportunidade.

De um lado temos um menino, que apesar de extrovertido quando crianças, depois de vários assédios morais no seu desenvolvimento social, ele se fecha ao ponto de querer acabar com a própria vida. Do outro lado uma menina com deficiência que só consegue enxergar as dificuldades que ela causa aos outros e se sentir culpada “por trazer” problemas aos demais.


A forma a qual A Voz do Silêncio trata essas questões de distúrbio psicológico é o que o torna tão lindo. Pois o jeito o qual os personagens são construídos e os jeitos que eles se comportam é, talvez, uma aula sobre depressão e ansiedade social. (Ansiedade social é quando o indivíduo tem a sensação que os outros o odeiam e/ou que estão sempre falando mal dele.) Demonstrando como o bullying pode deixar marcas, mesmo anos depois, naqueles que o sofreram.

Esse é um filme sobre recuperação, sobre dar o primeiro passo para superar as dores do passado. De perdoar o outro e, principalmente, se perdoar. A própria narrativa faz com que os personagens a todo o momento tenham que pedir desculpas uns aos outros.

A Kyoto Animation já faz ótimas animações com suas séries e um filme solo só podia ser impecável. A produção traz, junto, a animação e ambientação em um level de alta qualidade. Dando destaque para a montagem e direção, que conseguiram encaixar 7 volumes em duas horas de forma sensorial, sem precisar narrar explicitamente o que acontece. Usando o som e a falta dele com um detalhamento tão primoroso que se destaca mesmo sendo só um detalha. A trilha, nem se fala, para um filme tão calmo e delicado as músicas dão as emoções certas para as cenas. (Abre parênteses para falar que tem a soundtrack no spotify e que estou ouvindo em looping.)

Um filme muito melhor executado que o aclamado Kimi no Na Wa (Your Name), com personagens que te fazem se importar com eles e uma história que te faz refletir um pouco sobre o próximo. Koe no Katachi se tornou o meu filme favorito até o momento e com certeza terei todos os mangás na minha estante.

P.S.: A Mikannn fez um vídeo falando sobre a questão das animações no Oscar 2018, vou deixar aqui o link para quem quiser assistir, eu recomendo.

Lacrimas cairão.

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