Everything Sucks! [Review]

Ahh... A vergonha alheia dos anos 90.


Everything Sucks!, nova série original da Netflix, estreou dia 16 de fevereiro de 2018 e a sua primeira temporada conta com 10 episódios de 25 minutos. (Sim, você assiste tudo em um pouco mais de 4 horas.)

A história se passa nos meados dos anos 90, acompanhado a vida de Luke O’Neil (Jahi Di’Allo), um pré-adolescente que ao entrar no ensino médio se apaixona por Kate Messner (Peyton Kennedy), uma veterana que está descobrindo a sua homossexualidade. Acho que já deu para sacar o cenário drama adolescente.

A trama, a sucessão de acontecimentos, tem coerência, porém é em um enredo de cotidiano, de vida adolescente, não é o que eleva uma série desse gênero. Em uma série desse gênero são os personagens que dão sustentação, tanto eles por si só, como a interação entre eles. E em Everything Sucks! faltou coesão entre os personagens e a vontade de se importar com eles, como espectador. Ela ficou tão concentrada no núcleo Luke e Kate que o resto ficou sem importância, só servindo aos protagonistas. Além dos personagens estarem muito caricatos, como o nerdão, o idiota, a gostosa má etc.

No final da série, esses problemas tão uma amenizada, porém o pouco tempo não ajuda. Os episódios serem de 25 minutos é o que não foi muito bem planejado. Acho que em episódios de uma hora, ou mais episódios, dava para dar mais espaço para os outros personagens, e a gente poder ser importar um pouco mais com eles. Faltou perspectiva dos outros personagens.


A questão década de 90 não está só na tv de tubo, no dicksman, na fita cassete, no aluguel da blockbuster, nas câmeras p2 ou nas músicas de sucesso da época, mas também na vergonha aleia. Assistir essa série me deu a mesma sensação de quando vejo um filme de 1990, de que alguma coisa constrangedora vai acontecer a qualquer momento.

Agora, como mulher que gosta de mulheres, vou abrir uma paragrafo sobre a Kate Messner. Apesar da minha adolescência ter sido nos anos 2000 e não nos 1990, eu nunca senti tanta semelhança quanto com a Kate. A angustia que ela passa é tão verdadeira. O olhar de medo com felicidade quando ela vê um casal lésbico, ou quando ela finalmente beija uma menina e não pode contar para ninguém ou o não pronunciamento da palavra lésbia, é tudo bem real. Acho que essa foi uma representação muito boa para quem estar no armário.

No quesito produção, me pareceu simples e de acordo com a época. (E a moda era, ó, uma maravilha.) O que ficou talvez devendo, foi a atuação, não que ela esteja ruim, mas os mais novos ou tiveram atuação de mais ou de menos. O que me pareceu realmente falta de experiência, não sabendo tosar muito bem a intensidade. Nada que mais algumas temporadas não resolvam.

Everythig Sucks! entretém, consegue te trazer uma nostalgia e talvez os protagonistas de cativem.  Ã‰ um pouco do mais com o mesmo, porém com mais diversidade. (Se não fosse a Kate eu talvez não tivesse assistido.) Os problemas não são nada que uma segunda temporada não possa colocar a série nos trilhos.

Já que fomos ignorados vamos reclamar no twiiter.

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