Star Wars VIII: Os Últimos Jedi [Review | Spoiler]


Agora que acabou o primeiro final de semana de Star Wars, vamos a um poste mais detalhado.


Deixo avisado que esse poste contém SPOILERS tanto quanto a quantidade de animais galácticos no filme.

No poste sem spoiler que fiz anteriormente, deixo claro a quantidade de informação que o filme possui para tão pouco tempo. O oitavo filme da franquia Star Wars, dirigido por Rian Johnson, coloca em 2h33min o que, possivelmente, ficaria melhor em dez episódios de uma hora. 

Um dos motivos dele parecer ter sido escrito em formato seriado é a quantidade de cliffhanger que filme possui. Esse excesso de ganchos é típico utilizado em séries que procuram agarrar o espectador ao máximo de tempo possível, mas em um filme de até três horas isso se torna desnecessário, já que é improvável a pessoa sair do cinema no meio da seção.
Star Wars episódio VIII precisava de tempo, tempo na tela e tempo para quem assisti. Tempo na tela para que aquela quantidade de desenvolvimento e aventura fossem plausíveis. Tempo para o espectador assimilar e se aprofundar devidamente naquele universo. *Mas Star Wars está aí a anos, todo mundo já sabe como funciona.* Não, todo mundo não sabe, como não fã da franquia fiquei perdida nesse filme, o que não aconteceu no filme anterior. Foram tantas coisas em tão pouco tempo que chegou a afetar a minha suspensão de descrença¹, a qual fiquei 50% do tempo pensando que tudo aquilo era impossível.

Veja bem, o problema não está na aventura, ou na história, mas nos detalhes importantes. O problema não está no Finn ir a um planeta distante e voltar, mas no Finn fazer isso em 13 horas e ainda destruir um casino e salvar animais que sofriam abusos. Ou no fato do plot da Rey ter se passado em média de três dias, e estar ligado ao plot do Kylo Ren que estava na nova ordem nas 13 horas lutando contra os Rebeldes. Ou a diferença de tempo da Rey e do Luke irem para o conflito. Todos esses pontos de vistas passando em tempos diferentes mais a uma montagem e roteiro não tão detalhados fizeram com que algumas coisas ficassem confusas.

Provavelmente essa subdivisão de plots é o principal causador de confusão. Star Wars – Os Últimos Jedi é dividido em três sub-plots que se convergem no final. O primeiro desenvolve o piloto Poe, segundo conta a aventura do Finn com sua nova parceira Rose e o último mostra “treinamento” da Rey.
O mais coeso e melhor desenvolvido é o plano dos velhos rebeldes, com o Poe, onde foi claramente feito para desenvolver o personagem como um novo general da rebelião. Com direito as melhores cenas do filme: da Leia usando a força, sobrevivendo a um ataque espacial, e da comandante usando a velocidade da luz para destruir a nave principal da Ordem. A passagem do bastão para nova geração foi a mais bem executada dos três, pois não foi um clichê, onde o bastão é passado voluntariamente, mas algo necessário, já que parece só ter sobrado a Leia dos velhos rebeldes.
O plano do Finn, ou da nova rebelião, foi o mais forçado de todos na história. Fez sentido no filme a parte do planeta dos ricaços? Até fez, mas não tinha uma forma mais coesa? A parte do casino só me pareceu uma perda de tempo de filme e um forçação em mostrar como a ordem é algo horrível e mesquinha. Porém em quesito personagem, ela consolidou o Finn, agora como um verdadeiro rebelde que não foge mais e introduzido a personagem Rose, que fez uma parceria bem mais interessante com o Finn do que a Rey.


E finalmente, os Jedis, o plot mais confuso de todos. O que mais pecou nesse quadro, foi o Luke ter ficado na negatividade por muito tempo e as vezes parecia que ele não falava nada com nada. Parando para analisar, faz sentido o porque ele ter se isolado, mas a com atuação canastrona do Mark Hamill foi difícil levar qualquer coisa que ele falasse a sério. Por outro lado, a atuação da Daise Ridley deu bem mais camadas a personagens, e o interessante é que, apesar do desenvolvimento, não houve uma consolidação da Rey, enquanto o Poe e o Finn parecem ter se estabelecido.

Também é no plano dos Jedis que a minha maior frustração aconteceu. O filme inteiro é desenvolvido um lado ambíguo, um lado cinza da força, entre a Rey e o Ben, há até mesmo o questionamento do bem e do mal no plot do Finn. Ambos faziam se questionar sobre a certeza dos seus lados, toda a dinâmica da luz e das trevas com os dois foi a mais interessante de assistir e quando eles lutaram juntos fez todo o sentido que eles iriam trazer algo novo. O Kylo nunca disse que queria construir outro império, mas algo novo. Tinha tudo para eles começarem uma nova ideologia e um novo Star Wars de fato, mas nos 30 minutos finais jogaram tudo pro alto e ficaram com o clássico bem vs mal. Por ainda possuir mais um filme pele frente, não posso dizer que foi desperdiçado esse desenvolvimento, mas não tenho expectativas para o próximo.

No geral o filme é divertido, engraçado - apesar de algumas piadas forçadas - e com uma boa ação. Há alguns problemas de roteiro e montagem, mas o conteúdo e a história são boas. Como miolo de trilogia, que serve para desenvolver e preencher, ele se saí muito bem, ele deu corpo e profundidade para nova geração, mas eu queria um pouco mais de ousadia.

¹ Suspensão de descrença é à vontade de um leitor ou espectador de aceitar como verdadeiras as premissas de um trabalho de ficção, mesmo que elas sejam fantásticas, impossíveis ou contraditórias.

Curiosa para saber o papel da Leia no próximo filme.

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